A primeira Festa da Uva de Jundiaí foi realizada em 1934 no Centro, utilizando-se das ruas no entorno do antigo Mercado Municipal e do grupo escolar Conde do Parnaíba. Devido ao sucesso de público, que superou a casa dos 100 mil visitantes logo na primeira edição, pensou-se em construir um espaço especial para recebê-la.
Sonho esse que virou realidade em 1953, com a inauguração do Parque Municipal Antônio Carbonari (Parque da Uva), localizado no bairro do Anhangabaú, logo em uma das entradas principais do Município.
No antigo Mercado Municipal apenas a primeira edição da Festa foi realizada. Em 1938 a comemoração foi para a Praça Santa Cruz (atual Praça da Bandeira) e em 1947 para a Praça Governador Pedro de Toledo (Praça da Matriz). Com a inauguração do Parque da Uva, todas as outras 33 edições festas foram realizadas no Anhangabaú.
Jundiaí ficou um período sem comemorar a Festa da Uva, entre os anos de 1938 e 1947, por conta da 2ª Guerra Mundial, cujos frontes principais de batalha ficavam na Europa, mas tinham reflexos negativos em todo os cenários geopolítico, econômicos e culturais mundiais.
Nos primeiros anos da Festa, a eleição da Corte da Uva era intrinsecamente ligada à atividade agrícola no Município, de modo que rainha e princesas eram geralmente filhas de agricultores e moradoras de bairros rurais. Por conta do fenômeno da urbanização, essa tradição acabou dando espaço para que também as mulheres ligadas às atividades da cidade, e não só do campo, pudessem se candidatar. Nos últimos dois anos, no entanto, por meio de seletivas nos bairros rurais, a Prefeitura vem resgatando as tradições iniciais da Festa.
Com exceção da 7ª (1964/65) e 8ª (1966) edições da Festa, todas as demais tiveram eleição para a Corte da Uva. Atualmente, a rainha da edição mais antiga viva, é Pompeia Fabrício, que representou a Corte da 3ª edição da Festa, em 1947, a festa da retomada do pós-guerra. Pompeia era filha de agricultores. Seu pai, Raphael Fabrício, inclusive, participou da primeira edição da Festa em 1934, tendo sido o vencedor da premiação como melhor pequeno produtor de frutas do Município.
Desde 2013, além de Festa da Uva, este tradicional evento do calendário municipal passou a ser comemorado junto com a Expo Vinhos.
Devido as restrições da pandemia do COVID-19 a Festa da Uva deixou de ser realizada nos anos de 2021 e 2022. Em 2023 retomou as atividades, desta vez, com 4 finais de semana repletos de atrações para toda a família.
Uva
A história da uva no Município é bastante antiga. Em 1669, quando o Município era apenas um povoado, o cartório do 1º Ofício já registrava em nossas terras produção e a venda de vinho de uva, vegetal que surgiu na região do Mar Cáspio, na Ásia, há milhões de anos.
Apesar dos registros do século 17, foi no final do século 19 que a produção se ampliou, com a chegada da variedade da Uva Isabel trazida pelos imigrantes italianos. Foram, entretanto, as uvas trazidas do Alabama, nos Estados Unidos, com o nome Niágara, as que mais se adaptaram no solo e condições climáticas jundiaienses. O destaque maior de produção veio em 1933 quando, a partir da uma mutação genética somática espontânea na região do Traviú, em meio à produção da Niágara Branca, surgiu uma variedade rosada, a principal uva da região.
A novidade chamou a atenção dos produtores e também do consumidor e elevou Jundiaí ao patamar nacional no que diz respeito à viticultura, sendo batizada como “Terra da Uva”.
Atualmente há em Jundiaí mais de 1500 propriedades agrícolas, cujas dimensões representam 52% do território municipal. Dessas propriedades, cerca de 500 produzem uva, em mais de 10 milhões de pés, que representam 30% de toda a uva produzida no Estado de São Paulo.
Vinho
O destaque também vai à produção de vinho. A tradição chegou a Jundiaí na bagagem dos imigrantes italianos que aqui se instalaram no final do século 19. A produção artesanal, que inicialmente acontecia para o próprio consumo das famílias, foi ampliada e tipificadas, para as variedades tintos, brancos, roses, secos, suaves e frisantes. Atualmente há mais de 20 adegas produtoras de vinho, que atraem visitantes de todo país e do exterior para provar os vinhos jundiaienses.
A projeção internacional também se deu por conta do fornecimento do vinho jundiaiense para as missas realizadas no Brasil durante as visitas dos Papas Bento XVI e ao Papa Francisco, respectivamente, em 2007 e 2013.